Quinta-feira, 07 de Março de 2019

PCP pede ratificação da aprovação de compra de quotas da EPVL pela Assembleia Municipal

PCP pede ratificação da aprovação de compra de quotas da EPVL pela Assembleia Municipal

Região

PCP pede ratificação da aprovação de compra de quotas da EPVL pela Assembleia Municipal

A aquisição de quotas da Escola Profissional Vasconcellos Lebre (EPVL) regressou à discussão na última sessão da Assembleia Municipal, realizada […]

A aquisição de quotas da Escola Profissional Vasconcellos Lebre (EPVL) regressou à discussão na última sessão da Assembleia Municipal, realizada no passado dia 28 de fevereiro. João Louceiro, deputado do Partido Comunista Português (PCP), foi quem trouxe o assunto para esta sessão pedindo a ratificação da deliberação de dia 26 de dezembro, considerando que esta foi tomada de “forma de ilegal”.

Na Assembleia Municipal de dezembro votou-se, primeiramente, a inclusão na ordem do dia daquela sessão de mais um ponto, o da proposta de aquisição das quotas da EPVL pela autarquia. À altura, surgiram dúvidas na interpretação do Regimento da Assembleia Municipal da Mealhada quanto ao número necessário de votos para a inclusão do tema na ordem do dia. Daniela Esteves, presidente da Assembleia Municipal, tomou em conta um parecer de um especialista em direito administrativo, que entendeu que para incluir o referido ponto na ordem do dia haveria de ser reconhecido carácter de urgência à tomada de decisão da Assembleia sobre a matéria. O executivo apresentou a decisão como urgente e, como tal, com 17 votos a favor e 9 contra, a proposta de aquisição de quotas da EPVL acabou por ser o 20º ponto da ordem do dia da referida sessão.

João Louceiro, tal como referiu na altura, fez menção à falta de tempo para analisar a informação disponibilizada pelo executivo sobre a matéria, uma opinião que na altura foi partilhada pela coligação “Juntos pelo Concelho da Mealhada” e pelo Bloco de Esquerda (BE), este último que, tal como o PCP, entendia que o assunto havia de ser discutido na reunião seguinte à de 26 de dezembro.

“Não são poucas as vezes que confundem o número de votos com a razão que não têm”, João Louceiro, deputado do Partido Comunista Português

“Não são poucas as vezes que confundem o número de votos com a razão que não têm”, começou por dizer o deputado do PCP na última sessão da Assembleia Municipal. João Louceiro recordou a necessidade de reunir dois terços dos votos dos membros da Assembleia Municipal para que a proposta de aquisição de quotas da EPVL fosse admitida na ordem do dia da sessão de 26 de dezembro.

O deputado do PCP apontou o dedo à mesa da Assembleia Municipal por considerar que os 17 votos seriam suficientes para integrar o ponto a discussão, por duas razões. João Louceiro começa por referir que o primeiro erro cometido pela mesa da assembleia tem que ver com o número de elementos considerados para o cálculo dos dois terços, “o Regimento desta Assembleia e outras fontes exigem a maioria de dois terços do número legal dos elementos” e continua “esta assembleia, como o próprio Regimento confirma é composta por 27 elementos”, ainda que “a atual versão do código do procedimento administrativo não use a expressão “número legal de membros do órgão”, reconheço que por ser 27 o número de elementos desta assembleia, não passe a ser outro qualquer número em função das ausências que possam acontecer numa sessão”, termina.

Por outro lado, João Louceiro entende que o segundo erro cometido pela mesa da Assembleia tem que ver com o resultado do cálculo de dois terços dos 26 elementos tidos em conta, “admitamos que a votação fosse feita num universo de 26 elementos, o que a lei determina é que a maioria qualificada de dois terços apenas pode ser mais, nunca menos o número exigido”. Nesta medida, João Louceiro adverte “17 votos a favor, como se verificou, num universo de 26 elementos, não perfazem os dois terços, são menos do que dois terços, não chegam a dois terços” e prossegue dizendo que a admitir os 26 elementos nos cálculos o resultado matemático dá 17,333, o que implicaria que houvesse “pelo menos mais um voto, o que não aconteceu”.

“Estamos, neste caso, perante um ato que será sempre inválido e, portanto, passível de ser sujeito a impugnação”, João Louceiro

“Estamos, neste caso, perante um ato que será sempre inválido e, portanto, passível de ser sujeito a impugnação”, refere João Louceiro, que sugere, para a resolução desta situação, a ratificação desta decisão na próxima reunião da Assembleia Municipal ou através do agendamento de uma sessão extraordinária.

Em resposta à possibilidade de impugnar a decisão tomada pela Assembleia Municipal no dia 26 de dezembro, Rui Marqueiro, presidente da Câmara Municipal da Assembleia Municipal, declara “o ensino profissional não é privado, é público. Primeiro, porque entre os sócios proprietários da escola o município tem maior percentagem que quotas; segundo, porque a escola profissional é financiada por fundos públicos”, conclui.

João Louceiro considera que esta situação se converte num “imbróglio para a autarquia, para a assembleia e para o município”, carecendo por isso de ver sanada esta decisão que considera estar “viciada”.

“O ensino profissional não é privado, é público”, Rui Marqueiro, presidente da Câmara Municipal da Mealhada

Ainda sobre este tema, Marilisa Duarte, deputada pela coligação “Juntos pelo Concelho da Mealhada” entende que a tomada de decisão na sessão de 26 de dezembro “foi precipitada”. Porém, a deputada da coligação refere “a nossa posição é a de salvaguardar os superiores interesses dos munícipes, dos alunos, dos quadros de pessoal e fornecedores da escola”, justificando a razão pela qual, “por princípio, somos favoráveis à aquisição da escola”. No entanto, Marilisa Duarte deixa claro, “nunca poderemos aceitar os processos de ilegalidade e de gestão opaca para os quais nos querem arrastar e que colocam em causa os interesses dos professores e alunos”.

PCP

Autor: Jornal Frontal

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