Município da Mealhada associa-se à AD ELO para concretizar o projeto VirtuALL

Mário Fidalgo, diretor executivo da Associação de Desenvolvimento Local da Bairrada e Mondego (AD ELO), marcou presença na última reunião de câmara do executivo mealhadense, realizada no dia 29 de abril, para explicar o conceito do projeto “VirtuALL”. A Mealhada é um dos seis municípios parceiros do projeto, cuja missão passa por financiar a respetiva concretização.

Submetido a concurso, no âmbito do Portugal 2020, mais concretamente no que se refere aos incentivos no quadro da inovação social, o projeto “VirtuALL” tem como público-alvo “a população idosa acima dos 65 anos”, de acordo com Mário Fidalgo.

Com este projeto, a AD ELO pretende proporcionar “experiências inovadoras para um envelhecimento ativo e a promoção da qualidade de vida”, avança o diretor executivo da referida associação. Estas experiências decorrem “com base numa parceria dos seis concelhos que constituem a AD ELO: Cantanhede, Mealhada, Mira, Montemor-o-Velho, Penacova e Vagos”, mas também “de uma parceria tecnológica com o Instituto Superior Técnico de Sistemas e Robótica, que está a desenvolver materiais de realidade aumentada e jogos interativos”.

Projeto “VirtuALL” implica um investimento de 400 mil euros

Mário Fidalgo esclarece que este projeto, já aprovado, “implica um investimento de 400 mil euros, para o qual os municípios contribuem com 22 mil, ou seja, com 30%, sendo que os restantes 70% serão pagos pela AD ELO”. “O orçamento é dividido em 30 meses, sendo preciso mais dinheiro no início para a aquisição de materiais”, segundo esclarece.

Após ter sido concluído o investimento em materiais, a equipa afeta ao projeto irá para o terreno “para trabalhar com os municípios”, estando previsto, inicialmente, adquirir em cada concelho um espaço, designado “ginásio de estimulação física”.

De acordo com Mário Fidalgo “o objetivo final do projeto é criar uma rede municipal com seis espaços a funcionar em permanência”, tendo em vista a realização de atividades ou programas que façam com que os “idosos sejam mais ativos, com o auxílio das novas tecnologias”. O diretor executivo da AD ELO refere, inclusivamente, que um dos grandes objetivos do projeto VirtuALL é identificar “se a tecnologia é um bem para motivar o desenvolvimento ativo do idoso ou uma barreira”.

Neste momento, Mário Fidalgo revelou que ao abrigo deste projeto estão a ser desenvolvidos jogos com elementos do território, onde, por exemplo, através de um jogo que recria a atividade das vindimas, os idosos são levados a fazer movimentos naturais e lúdicos. Estes jogos, equipamentos e infraestruturas adquiridas no âmbito do projeto, conforme avança o diretor executivo da AD ELO poderão, findo o projeto, ser utilizados pelos municípios para projetos de estimulação da população idosa, no futuro.

Atendendo a que o financiamento do projeto tem uma durabilidade de 30 meses, Hugo Silva, líder da “Coligação Juntos pelo Concelho da Mealhada”, questionou Mário Fidalgo sobre a sustentabilidade do projeto a partir do 31º mês.

À questão formulada pelo vereador da Coligação, o diretor executivo da referida associação respondeu: “o projeto de inovação social não tem receitas próprias”. Mário Fidalgo explica ainda: “o projeto esgota-se na aquisição de equipamentos e nos investimentos em equipamentos e no pagamento da equipa que lhe está afeta”.

População idosa não institucionalizada é o foco do “VirtuALL”

Terminado o projeto, Mário Fidalgo garante que permanecem os equipamentos e a experiência das pessoas que nele participaram, elementos que podem ser o mote para “lançar um projeto diferente”. O diretor executivo da AD ELO coloca ainda a hipótese de poder ver aproveitada a equipa e os equipamentos adquiridos para o “VirtuALL” para dar resposta a projetos públicos ou de empresas privadas, que podem “adquirir os nossos equipamentos e a nossa tipologia de trabalho”.

Mário Fidalgo explica ainda que afeta ao projeto “VirtuALL” estará “uma equipa de três pessoas”, que irá concretizar “programas de um dia ou de uma semana, associados à área da saúde, nomeadamente com rastreios”. O diretor executivo da AD ELO acrescenta ainda que o foco deste projeto são, essencialmente, “os idosos não institucionalizados”. Para que possam ser identificados os idosos com mais necessidades, a AD ELO refere que contará com a ajuda das Câmaras Municipais, nomeadamente dos serviços de ação social, e com as Juntas de Freguesia. Como garantia de acesso a todos, a associação afirma que um dos investimentos previstos é a aquisição de uma viatura.