Coligação vota contra ata de reunião de câmara sob a acusação de manipulação de texto
As declarações proferidas pelo vereador municipal Nuno Canilho sobre a escusa de votação dos vereadores da coligação “Juntos pelo Concelho […]
As declarações proferidas pelo vereador municipal Nuno Canilho sobre a escusa de votação dos vereadores da coligação “Juntos pelo Concelho da Mealhada” quantos aos pontos relacionados com a aquisição das quotas da Escola Profissional Vasconcellos Lebre (EPVL), na reunião de câmara do dia 7 de janeiro, ainda deram que falar naquela que decorreu a 4 de fevereiro. À altura, Nuno Canilho insurgiu-se contra a tomada de posição dos vereadores da coligação e declarou “não há ponto nenhum em que não votem contra ou coloquem um obstáculo”. Na reunião seguinte, a 21 de janeiro, o vereador municipal usou o direito de resposta para que constassem em ata as declarações que proferiu sobre o tema, ata contra a qual os vereadores do “Juntos pelo Concelho da Mealhada” votaram, à exceção de Sara Ferreira que não esteve presente em nenhuma das duas reuniões.
Hugo Silva, líder da coligação “Juntos pelo Concelho da Mealhada, afirmou ter havido “manipulação do texto introduzido na ata” e garante “o Senhor gritou a plenos pulmões que votámos contra tudo, o que é uma profunda mentira”. O líder da coligação continuou dizendo “não é por gritar a plenos pulmões que nos arrasta para uma ilegalidade”, terminou. Em resposta, Rui Marqueiro, presidente da Câmara Municipal da Mealhada, refere “você não é jurista, nem aparentado” e remata “os Senhores estiveram contra, sim, porque aprovar um subsídio para os alunos da escola irem às Escolíadas não é decisivo”.
Ainda sobre as declarações proferidas por Nuno Canilho, nas quais o vereador municipal lembrou que Hugo Silva denominava a EPVL de “caixa negra”, o líder da Coligação diz reafirmar o que disse naquele que foi o seu primeiro discurso como candidato à Câmara Municipal, “reafirmo o que disse, porque o Senhor Presidente não nos envolvia nos assuntos estratégicos, o que fomos chamados a decidir foram catástrofes” e acrescentou “nem os relatórios eram trazidos para as reuniões, desde que as quotas (da EPVL) trocaram de mãos em 2014”.
Voltando à tónica da razão pela qual a coligação “Juntos pelo Concelho da Mealhada” votou contra a ata da reunião de dia 21 de janeiro, Hugo Silva considera que Nuno Canilho deu a volta ao texto que ficou escrito, não tendo ficado expresso o que ouviu em reunião de câmara, “as declarações transcritas referentes à intervenção do Senhor Vereador Nuno Canilho subvertem as acusações que o Senhor Vereador fez”, começou por dizer o líder da Coligação, “a acusação gratuita, pública e completamente desfasada da realidade, de que estamos ou estivemos contra todos os assuntos relacionados com a EPVL colide com a dura realidade e que, confrontada com as atas deste mandato, demonstra que o representante do município da Mealhada e gestor da EPVL nutre, desde o início da sua primeira nomeação, um antagonismo visceral contra a oposição neste concelho, mentindo na intervenção que fez publicamente, ao acusar-nos de termos votado contra todos os assuntos que vieram a reunião de câmara. Agora, numa declaração posterior, escrita com tempo e acesso a informação recua e desmente aquilo que foi publicado pela imprensa local, que presenciou os factos”. Esta declaração de voto feita por Hugo Silva ficou registada na ata desta última reunião, uma vez que o líder da Coligação considera que Nuno Canilho “fez passar aquilo que não é”, uma posição que entende, também, dar jeito a Rui Marqueiro. Em resposta às acusações, o edil declara, “eu já não corro atrás de jeitos, o Senhor é que precisa disso”.
Autor: Jornal Frontal
