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Diária

Festas de Santa Ana cumprem tradição


quarta, 10 julho 2019

A Paróquia da Mealhada e a Santa Casa da Misericórdia da Mealhada (SCMM), com o apoio da Associação de Bombeiros Voluntários da Mealhada (ABVM), estão a ultimar os preparativos para a festa em honra de Santa Ana, que se realiza nos dias 26 e 28 de julho, na capela de Santa Ana. A 26, dia de Santa Ana, haverá terço e “Missa dos Avós”. O dia 28 começa com um desfile da Banda Filarmónica da Pampilhosa e termina com a procissão solene, antecedida de eucaristia presidida pelo padre Rodolfo Leite. Santa Ana, padroeira da cidade da Mealhada, da SCMM e da ABVM, é – conta a história da Igreja – avó de Jesus e mãe de Maria, sendo conhecida pelo dom da graça, uma vez que Maria era estéril.

Segundo o padre Rodolfo Leite, a história da devoção a Santa Ana “é muito antiga”. A festa religiosa tem sobrevivido ao passar dos anos “graças à boa vontade de um grupo de pessoas e à Santa Casa da Misericórdia da Mealhada” e, como outrora, continua a ser “uma expressão de fé de um povo”. Para o pároco, estes festejos “têm a capacidade congregadora de provocar o encontro e a partilha entre as pessoas, motivadas pela sua fé e religião”. Santa Ana, explica o pároco, é “aquela que transmite a sabedoria da fé que permite compreender o que Deus vai escrevendo na vida de cada um e de todos”. Santa Ana, continua, “inspira-nos a ver Deus na vida e a decifrar os seus sinais no dia-a-dia”.

“Há muita gente que precisa de Cristo para acreditar no amanhã”

Rodolfo Leite considera que a fé move mesmo montanhas: “a fé nunca foi tão importante. Mesmo que haja, no presente, um abandono de fiéis, sobretudo, na Igreja Católica, isso não significa que as pessoas sejam menos crentes, ou tenham deixado de ter fé. A fé é uma dimensão constitutiva de cada pessoa. Na medida em que nos vamos dando conta do que somos, vai surgindo em cada um a «questão do sentido», da razão de ser para a vida, para o futuro, para o outro. São questões que precisam de resposta. Mesmo que a cultura reinante ofereça «remédios» que nos anestesiam, fazendo-nos superficiais, quando despertamos, por algum acontecimento, chocamos com as mesmas questões e devora-nos a necessidade de encontrar respostas”. Porém – explica o padre Rodolfo Leite – “estas respostas, por mais que queiramos, nunca serão completas se não «sairmos» de nós próprios, se não formos «buscadores» do sentido, da paz, da verdade, do bem. É nessa «busca» que somos surpreendidos, de forma extraordinária, por Jesus Cristo. N’Ele encontraremos a resposta plena para todas as interrogações que dentro de nós se fazem sentir. Mais ainda: em Jesus Cristo, encontramos a resposta e aquilo que mais desejamos, no íntimo de nós próprios: a felicidade verdadeira”.

O pároco da Mealhada não tem dúvidas de que há muita gente que precisa de Cristo para encontrar respostas, para acreditar no amanhã, para ter esperança mesmo que a escuridão do sofrimento se faça sentir. Há muitos que, apesar do desamor que os cerca e devora no concreto das suas vidas, precisam de Jesus para que não lhes falte a única coisa que os fará felizes, o amor”.