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Seguradoras pagam 101 milhões de euros pelos sinistros causados pela “Leslie”


sábado, 26 janeiro 2019

Entre os dias 12 e 14 de outubro de 2018, todo o país fez contas aos prejuízos causados pela “Leslie” e muitos foram os sinistros participados às empresas seguradores. A Associação Portuguesa de Seguradores (APS) foi saber, mediante um inquérito realizado às empresas seguradoras associadas, qual o número de sinistros participados e os respetivos valores pagos ou em pagamento.

Sendo certo que a tempestade não passou com a mesma intensidade em todas as zonas do país, muitos foram os portugueses que tiveram danos irreparáveis, nomeadamente, em habitações e empresas, facto comprovado pelo estudo realizado pela APS, “relativamente aos sinistros participados, a maioria diz respeito a seguros de habitações (mais de 31 mil sinistros), seguidos dos seguros de estabelecimentos comerciais e industriais (cerca de 3800 sinistros).”

Na globalidade, as empresas seguradoras dizem ter registado mais de 38.000 sinistros, “a que corresponde um valor agregado de danos de 101 milhões de euros, dos quais mais de 60 milhões já se encontram efetivamente pagos, e o restante está provisionado, aguardando informação necessária ao processamento das indemnizações”, conforme apurou a APS.

De modo mais detalhado, o estudo permite concluir, também, que os danos em estabelecimentos comerciais atingem valores de indeminização na ordem dos 46 milhões de euros, sendo que em nome dos estragos nas habitações há a pagar cerca de 45 milhões de euros, dos quais “mais de 80% das indemnizações já se encontram, efetivamente, pagas”, garante a APS. Esta entidade apurou também o registo de 2500 participações por danos sofridos em veículos, que corresponderam a mais de 4,3 milhões de euros de indeminizações.

“É de registar que, em termos do número de participações decorrentes de um único evento, este foi um dos maiores sinistros da história dos seguros em Portugal”, declara a APS, que também aproveitou para sublinhar “a capacidade de resposta das empresas de seguros que operam em Portugal que, de imediato, colocaram equipas no terreno capazes de processar toda a informação necessária à rápida regularização dos danos”, termina.

Seguindo uma lógica de prevenção, a APS recomenda aos cidadãos e proprietários de empresas “a consulta dos contratos de seguro para uma verificação e eventual atualização dos capitais seguros, assim como das coberturas contratadas, por forma a contrariar um fenómeno generalizado de infra seguro, existente no mercado português.”

Para a APS, os números alcançados com o estudo que levaram a cabo “confirmam a importância dos cidadãos e das empresas terem seguros adequados à cobertura destes riscos que ocorrem com frequência cada vez maior, evitando ficar dependentes de apoios públicos sempre incertos quanto ao montante e ao momento em que são pagos”.