ACSS e Hospital Misericórdia da Mealhada reforçam parcerias

O Conselho Diretivo da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) reuniu no passado dia 2 de outubro, com a direção do Hospital Misericórdia da Mealhada (HMM) e com o Provedor, João Peres, com o objetivo de avaliar e fortalecer as parcerias existentes entre o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e esta unidade hospitalar. Durante o encontro, a direção do hospital apresentou detalhadamente todos os serviços prestados, sublinhando o papel central da instituição na prestação de cuidados de saúde de qualidade à comunidade local.

No decorrer da visita, André Ferreira, presidente do Conselho Diretivo da ACSS, destacou o atendimento de proximidade que o Hospital Misericórdia da Mealhada tem vindo a prestar ao longo dos anos. "A Misericórdia é responsável por um trabalho de divulgação e desenvolvimento regional. A saúde não é apenas um serviço, é também uma aposta social de coesão das regiões, e as Misericórdias, neste aspeto, têm um papel fundamental através de um trabalho que vem sendo feito há muitos anos", afirmou.

Relativamente à falta de médicos de família André Ferreira destacou que “quando falamos na falta de recursos humanos não se esgota apenas nos médicos. É evidente que é a classe mais diferenciada sem a qual a arte não se conclui, mas como se trata de um trabalho de equipa o desafio é em termos de todas as classes profissionais que compõe as equipas.” Contudo, vê a criação das USFS Modelo C como uma solução “É importante que exista a medicina geral e familiar e profissionais que a garantam e quem sabe até para projetos futuros, como é o caso das USFS Modelo C, para poderem alargar a sua base de atividade para algo de inovador”. Para colmatar a falta de médicos de família que afeta mais de 500 mil portugueses, foi aprovada em Conselho de Ministros, em setembro, a criação de Unidades de Saúde Familiar modelo C pelo sector social ou entidades privadas.

Durante o encontro, a direção do HMM reafirmou o seu compromisso de excelência na prestação de cuidados de saúde e de bem-estar à comunidade, destacando a boa reputação que construiu ao longo do tempo. Este compromisso com a qualidade no atendimento e a forte ligação à comunidade fazem com que as Misericórdias desempenhem um papel importante não só na saúde, mas também no desenvolvimento regional. "As Misericórdias não se esgotam apenas na prestação de cuidados de saúde", sublinhou André Ferreira.

O provedor da SCMM, João Peres, aproveitou a ocasião para salientar a importância deste tipo de encontros: “Estamos sempre disponíveis para trabalhar com o SNS porque é muito benéfico para o acesso a cuidados de saúde a tempo e horas. Este encontro foi muito importante para abrir uma via de comunicação adicional para aprofundar parcerias já existentes e pensar em algumas novas." Apesar disso, o responsável demonstrou alguma cautela: "O modelo de organização dos serviços de saúde foi recentemente alterado com a criação das Unidades Locais de Saúde que vieram substituir as antigas ARS. Isso tem introduzido, nestes primeiros tempos, bastantes constrangimentos e algumas dificuldades. Contudo, sentimos que há uma vontade real de aproveitar os recursos do nosso Hospital, porque está próximo das populações. No entanto ficamos a aguardar como é que o novo modelo vem melhorar a resposta aos cuidados de saúde da região. Aguardaremos propostas concretas porque com palavras não se resolve os problemas de saúde das pessoas”.

O presidente da ACSS realçou ainda que encontros como este são fundamentais para perceber como se materializam os bons investimentos e as parcerias entre o SNS e as Misericórdias. Estas colaborações são essenciais para garantir a coesão social e um serviço de saúde de proximidade, especialmente em regiões onde estas instituições desempenham um papel crucial.