Artigo de Opinião: D. Dinis e D. Isabel de Aragão

O Casamento e as suas influências
Num estilo dourado do ano de 1282, a Infanta D. Isabel de Aragão entra em Portugal, seguida de um magnífico e pomposo séquito.
Presidido pelo Bispo de Valência, acompanhava-a, uma luzida embaixada de Barões e Cavaleiros, fidalgos a que não faltava o brilho intelectual e artístico dos trovadores.
Recebida, na fronteira de Bragança, pela flor da Aristocracia Portuguesa, atravessou as serranices de Trás-os-Montes, cortou as montanhas e vales do Douro e entrou pela província da Beira Alta.
Em Trancoso, seu noivo esperava-a.
Tremulavam ao longo dos adornos, as bandeiras de Portugal e Aragão, e o campo fora de portas, era um arraial engalanado e festivo.
Era o dia de São João dos Bem Casados e os noivos recebiam, na Igreja de São Bartolomeu de Trancoso, “As bênçãos Sacramentais” com as graças do Céu.
Foi Isabel de Aragão, a nossa Rainha Santa, dota de inteligência de caráter, de bondade que, sem dúvida, concorreu para o esplendor do reinado de D. Diniz que a louvou, numa “Canção de Amor”, dizendo:
“Erades boa para Rei”
A influência de El-Rei, D. Diniz na língua literária portuguesa, não se limita, porém ás suas canções de amor e cantigas de amigo, com algumas trovas de mal dizer.
É Ele que dá o maior impulso, ao desenvolvimento de uma prosa literária, ordenando que, todos os documentos oficiais deixem de ser escritos em latim para passarem a ser escritos em português.
Em 1 de Março de 1290, D. Diniz, funda os primeiros, Estudos Gerais, que estabelecem, no bairro de Alfama, para o Ensino das Artes, Direito Romano, Direito Canónico e Medicina.
Foi assim, que surgiu a primeira universidade portuguesa, transferida para Coimbra, em 1308.
D. Diniz, nasceu no dia 9 de outubro do ano de 1261.
A sua hereditariedade contribui para que se interessasse por poesia e cultura em geral.
Também D. Isabel de Aragão, tinha dotes de Medicina, o que pode ser comprovado com uma minuciosa visita ao seu túmulo, que se encontra em Coimbra, como é do conhecimento geral, na Igreja com o seu nome.
A saber, encontram-se escritos com receitas medicinais, feitas com produtos do reino.
A nossa Rainha Santa sempre mostrou devoção e carinho pelos pobres e doentes.
A lenda das Rosas, é um bonito tributo à sua bondade e carinho pelos que eram menos afortunados.