Aeroporto de Lisboa: CIM Região de Coimbra exige visão de país e não apenas da capital

A Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra (CIM RC), que se reuniu recentemente, na reunião do Conselho Intermunicipal, em Oliveira do Hospital, saudou o processo de decisão sobre o novo Aeroporto de Lisboa, desejando que o mesmo seja efetuado no calendário apresentado. No entanto, alerta para a necessidade de uma visão de país e não apenas da capital, assegurando que este e outros projetos de infraestrutura contribuam para um desenvolvimento harmonioso do território nacional, evitando o agravamento das assimetrias territoriais.
A par do novo aeroporto de Lisboa, um conjunto de intervenções e infraestruturas, como a Terceira Travessia do Tejo (TTT), estão em curso ou previstas, com o potencial de alterar significativamente a geografia do país. É fundamental que estas obras sejam pensadas e implementadas de forma a promover um desenvolvimento equilibrado e coeso do território, e não apenas potenciar as áreas metropolitanas já existentes.
Nesse sentido, a CIM RC destaca a importância de materializar, a curto prazo, o conjunto de infraestruturas previstas nos diversos instrumentos de planeamento dos sucessivos governos, com ênfase especial na Região Centro. São projetos essenciais para o desenvolvimento da região: a conclusão da requalificação da linha da Beira Alta e do ramal ferroviário da Figueira da Foz, a requalificação do porto da Figueira da Foz, a duplicação do IP3 com ligação em perfil de autoestrada, a conclusão do IC6, a alternativa à Estrada N17, a melhoria das ligações a Góis, a expansão do Sistema de Mobilidade do Mondego e a conclusão dos investimentos previstos no Programa Nacional de Investimentos e no Plano Rodoviário Nacional.
A CIM RC sublinha, ainda, o papel estratégico que a região possui na ligação ferroviária com Espanha, quer ao nível de passageiros, quer ao nível de carga. É crucial que o nível de serviço e qualidade desta ligação seja melhorado e ampliado após o término das obras em curso.
A Região Centro não pode continuar a ser a única região do país desprovida de infraestruturas aeroportuárias. No processo de construção do novo aeroporto de Lisboa, deve ser acautelada a existência de um aeroporto na Região Centro, de preferência utilizando territórios preparados e infraestruturas preexistentes. Tal medida aumentaria a capacidade aeroportuária de Portugal e contribuiria para um desenvolvimento mais equilibrado do território.
Portugal não pode continuar a agravar a concentração de investimento nas atuais áreas metropolitanas. É necessário criar condições para um desenvolvimento mais equitativo do território, encarando Coimbra como uma Região Metropolitana. Essa visão estratégica proporcionaria um importante impulso ao desenvolvimento integrado e harmonioso do país.
A CIM RC reitera a sua disponibilidade para colaborar com o Governo na definição e implementação de políticas públicas que promovam o desenvolvimento equilibrado e coeso do território nacional.