Unidade Pastoral da Mealhada em peregrinação a Fátima

No passado dia 9 de março a Unidade Pastoral da Mealhada, com o apoio da Santa Casa da Misericórdia da Mealhada (SCMM), organizaram uma peregrinação ao Centro de Apoio a Deficientes João Paulo II em Fátima.

Para Bruno Peres, Diretor Geral da SCMM, “foi gratificante partilhar esta peregrinação e auxiliar na organização. Para além disso, foi importante perceber que as pessoas quiseram visitar uma instituição com estas características, neste caso específico, gerida pela União das Misericórdias Portuguesas, que é a entidade que as misericórdias criaram para defender os seus interesses associativos”.

O Centro de Apoio a Deficientes João Paulo II em Fátima é uma das respostas ás necessidades pessoais e sociais dos deficientes profundos. Uma das maiores vocações das Misericórdias é tratar as pessoas de acordo com as suas necessidades específicas, sempre de forma profissional, adicionando o respeito, afeto e carinho que complementam uma visão humanista.

Estas e outras respostas das Misericórdias têm papel crucial no tratamento pessoas com necessidades especiais. “As Misericórdias, contam com mais de 500 anos de existência, já atravessaram vários regimes, desde a Monarquia à República. Se não fosse absolutamente clara a sua missão e o empenho nos interesses das pessoas mais desfavorecidas, certamente já tinham desaparecido, pois muitas vezes foram e continuam a ser, a única fonte de auxílio material e espiritual”, referiu o Diretor Geral da SCMM.

Para os organizadores, este tipo de peregrinação é importante para levar as pessoas à reflexão acerca do papel individual no apoio às Misericórdias e às IPSS, à possibilidade de dedicarem um pouco do seu tempo através das instituições, para que o apoio se faça de forma organizada e seja efetivo.

As Misericórdias resultam da organização, da vontade das pessoas de uma comunidade, já que assumem um papel de ‘cuidador’ para o qual o Estado não tem vocação.

Mediante esta carência tão presente nos dias de hoje no seio da nossa sociedade, advém, cada vez mais, a necessidade de ter uma resposta social moderna na Mealhada. “A construção do novo Complexo Social da SCMM irá garantir uma solução resultante de anos de experiência consolidada, garantindo qualidade e conforto nos cuidados e também a eficiência dos recursos, para uma resposta sustentável, inovadora e efetiva aos mealhadenses”, afirma Bruno Peres.

A Unidade Pastoral da Mealhada, liderada pelo Padre Rodolfo Leite, mobilizou cerca de 400 pessoas nesta peregrinação, considerando que o dia se mostrou cinzento e chuvoso.

Um dos principais sentimentos, retidos na mente e no coração de quem contactou com pessoas com necessidades especiais, “é que os seus dilemas e realidades no dia a dia comparados com os das pessoas que lá estão não são verdadeiros problemas”, referiu Padre Rodolfo. “Cada gesto de amor no tratamento diário destas pessoas com necessidades especiais dá-lhes um alento e uma nova esperança e é aqui que as Misericórdias se destacam diariamente”, sublinhou.

O Capelão da SCMM destacou uma grande e profunda mensagem em que as pessoas “não são a doença, têm sim, uma doença, temos que incidir na nossa essência e identidade. Ser em vez de ter! Deus ama-nos pelo que somos e não pelo que temos”.

As dificuldades e limitações que o corpo impõe às pessoas com deficiência física não impede que os sonhos se mantenham vivos e presentes. Para Olga Cerveira Gomes, uma das mealhadenses que participou na peregrinação, o facto de ter visto “jovens completamente limitados fisicamente, mas com sonhos, foi muito profundo”.

Os visitantes assistiram também a uma missa, num dia que irá ser guardado e recordado na memória e no coração de todos independentemente das limitações que o corpo e a vida imponham.