Luís Marque Mendes: “O ensino profissional é tão bom como o regular”

A EPVL realizou ontem, 13 de março, a primeira feira “Aposta no futuro”, um evento dedicado à orientação profissional e escolar dos alunos, que culminou com a presença de Luís Marques Mendes e Margarida Mano numa “conversa” intitulada “Ensino profissional e o futuro dos jovens e da sociedade: Identidade, sinergias e diferenciação”.

Margarida Mano, vice-reitora da Universidade Católica Portuguesa, destacou a formação que é dada aos alunos no ensino profissional para construir o futuro e o impacto que isso tem nas comunidades. A escola trabalha na preparação dos alunos em geral e cada um em particular, desta forma “há uma preparação para o saber ser, com autonomia e liberdade, algo essencial; prepara para o saber fazer, é aqui que as escolas profissionais são fundamentais e prepara, para o saber estar em sociedade”, enfatizou.

Para a antiga ministra da educação a escola deve ser “humanista, socialmente justa e centrada no conhecimento” de forma a que todos os alunos tenham oportunidades e adquiram conhecimentos sólidos que os ajudem no futuro.

Margarida Mano lembrou ainda que quando estudava foi “para a escola comercial de economia” onde aprendeu imenso. Sublinhou também “que a escola profissional permite núcleos de conhecimento muito sólidos através de estágios com empresas e para além disto, dá acesso ao ensino superior”, que é fundamental.

“Sempre que entro numa escola ou num hospital lembro-me sempre do 25 Abril. A liberdade, a saúde e a educação foram as maiores conquistas da revolução dos cravos, para ajudar a combater as desigualdades sociais”, iniciou Marques Mendes com um discurso efusivo destacando que há “50 anos atrás vivíamos num pais completamente diferente”. 

Bom ensino, boa educação e boas qualificações “são essenciais para viver na sociedade que hoje se apresenta competitiva, instável, incerta e insegura. Exemplo disto, são as guerras na Ucrânia e no Médio Oriente”, referiu o conselheiro de Estado.  Neste sentido, advertiu ainda, “que a Ucrânia irá, brevemente, fazer parte da U.E. e tendo em conta que é um país pobre irá consumir fundos europeus, o que significa que irão existir menos recursos financeiros para os outros países da U.E.”. Portanto, é crucial que os alunos “sejam bem preparados nas escolas, para se posicionarem na sociedade e refletirem sobre estes e outros acontecimentos diários no país e no mundo”, concluí.

Aliado a um bom ensino e educação estão os hábitos de leitura, contudo “infelizmente os jovens que leem são cada vez menos. Ler acrescenta cidadania, cultura, ajuda na reflexão, na opinião e acresce uma linguagem mais rica. Cabe aos pais e aos professores incentivarem à leitura” apelou Luís Marques Mendes.

Face ao preconceito que ainda existe relativamente às escolas profissionais o comentador político sublinhou “que tem de se combater, já que os alunos das escolas profissionais têm maior empregabilidade do que os das escolas de ensino regular e o ensino profissional é tão bom quanto os outros”.

Finalizando o seu discurso de reflexão, Marque Mendes admitiu ter sido a primeira vez, em toda a sua vida, que foi convidado para estar numa escola profissional e que se sentia muito feliz por isso.  

A EPVL procurou, deste modo, incentivar os seus alunos a perceberem, a conhecerem e a refletirem sobre as ofertas profissionais e académicas que serão, futuramente, decisivas nas suas vidas. Dia 19 de março será a vez de Nuno Crato ex-ministro da Educação e da Ciência de Portugal.